Falta de apetite...

Quando a minha filha começou a comer comida sólida foi um momento muito difícil para mim, pois ela não queria comer de jeito nenhum, eu cantava, fazia avião, imitava carro, imitava bichos e nada da menina comer, o pior era quando ela abria a boca ameaçava comer e cuspia tudo no chão, não foi um período fácil, mas passou, graças a Deus. Estamos vivendo em um tempo de igreja em as pessoas apesar de crescidas e maduras na fé em sua maioria estão vivendo como a minha pequena filha quando passou a se alimentar de alimento sólido. O apostolo Paulo falou sobre isso em uma de suas cartas aos corintios. Eles não poderiam receber o alimento sólido, mas apenas leit

e, pois eram imaturos e carnais.
Pois bem, o que penso de nossas igreja de uma maneira geral é que estamos gastando muito tempo e recursos com pessoas que se comportam como uma criança de dois anos que não quer mudar seus hábitos alimentares, estão acomodados e acomodados querem ficar. O problema é que gastamos muito tempo com pessoas que não sabem se vão comer lagosta, caviar ou alguma massa enquanto há tantas pessoas no mundo que sequer tem um arros com feijão para comer. Eu estou falando no sentido espiritual, os pastores cada vez se especializam mais para que seu publico seja bem servido, mas percebe que nem toda a sofisticação de sua comida espiritual deixa seus ouvintes/clientes/consumidores satisfeitos.
É muito difícil as vezes você está pregando uma palavra bem preparada, com unção e olha para a "cara" do seu auditório e percebe que muitos não gostariam nem de estar ali, muito menos de ouvir/comer aquilo que está sendo oferecido ali. Eu acho que é um desperdício gastar uma comida/mensagem tão boa com um publico que se demonstra enfastiado, com um povo que não não tem fome, mas sim vontade de comer alguma coisa. Meu amigos que se prepararam bem mais que eu para o ministério não pecaram em fazer tudo o que fizeram para se especializar, mas estão muitas vezes desperdiçando algo tão especial com alguém que não valoriza.
 Lembro-me aqui da parábola das bodas, nenhum dos convidados quis ir aquela festa tão especial, cada um tinha algo mais importante ou urgente para fazer. O pai do noivo não adiou a festa, mas mandou buscar novos convidados, mandou buscar pessoas que não eram "nobres" como seus primeiros convidados, mas que certamente iriam curtir e se alegrar muito naquela grande festa de casamento. Eu acho que os nossos melhores sermões devem ser dedicados aos que tem mais fome, aqueles que estão pelos becos, pelas praça pelos lugares por onde os nobres não circulam. É entre eles que a palavra de Deus será muito mais bem recebida, pois há muitas pessoas famintas por aí. Para que morrer a cada semana pensando no que errou quando preparava o sermão? O problema não é o preparo, é a falta de apetite dos crentes de uma maneira geral.
Eu gosto de cozinhar, quando faço algo em minha casa, seja para minha esposa somente ou para outras pessoas a minha satisfação é ver as pessoas comendo com alegria o que preparei. Me sinto assim quando tenho oportunidade de pregar, já me senti muitas vezes um cantor de churrascaria, as pessoas não estão nem aí para ele, para o que está cantando e tal. Outras vezes percebi que havia fome no auditório, pessoas esperando algo para seu alimento.
Eu quero ir em busca dos que tem fome, pois entre eles sei que meu arroz com feijão vai fazer muita diferença, amo e respeito os meu irmãos que estão de barriga cheia, mas prefiro os que tem fome.
Só pensando aqui, um abraço, JM

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