O PROTESTO DE RISPA

Hoje eu estava aqui em minha mesa o que escrever aqui no blog, não consegui pensar em nada assim que fosse atraente ou interessante, aí eu comecei a revirar a minha pasta de textos interessantes e atraentes de outros autores, encontrei um do Pr Benoni, o cara é nota 10, e esta mensagem dele é realmente fantástica; leia-a, aplique-a à sua vida, divulgue, seja abençoado e abençoe a outros, que o Senhor Jesus Cristo te abençoe! JM.





Texto: Isaías 58: 1, 6-12

Desde que o homem foi posto no mundo, existem protestos, embora não necessariamente apresentados pela humanidade.

A primeira manifestação visível de protesto foi feita pelo próprio Deus, que frustrado, incomodado, triste, talvez decepcionado com o pecado do homem, manifestou sua indignação, permitindo que a terra outrora pródiga em produzir o que era bom e saudável, agora, também, produzisse cardos e espinhos, aumentando, em muito o trabalho e suor do homem para retirar da terra o seu sustento.

O apóstolo Paulo, declara na epístola aos Romanos, que até hoje toda a “criação geme e suporta angústias como se estivesse com dores de parto” (8.22). Diz ele que ela é a primeira a aguardar com expectação, cheia de esperança, a sua libertação “do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus”(8.21).

Portanto, já de muito a terra geme, fazendo Deus usar seus atalaias, os profetas, para tentar abrir os olhos da humanidade.

O profeta Oséias foi um desses, que a cerca 2800 anos atrás protestou veementemente contra a corrupção geral, declarando que Deus tinha uma contenda com os habitantes da terra, pois não havia VERDADE, AMOR e nem o CONHECIMENTO DE DEUS, somente prevalecendo o perjurar, o mentir, o matar, furtos, adultérios, arrombamentos e homicídios. Por isso, dizia ele, “a terra está de luto, e tudo o que mora nela desfalece, com os animais do campo e com as aves do céu; e até os peixes do mar perecem” (4.1-2).

Penso que nos dias de hoje, também a terra continua seu protesto. Seu luto é também visível! Áreas de seca, o degelo fruto do aquecimento global, furacões, enchentes e tudo mais, mostram o protesto da terra, que clama sem cessar.
Não é difícil se observar que, por traz disso tudo, está o pecado do homem, gerando ganância desmedida, maldade ao extremo, absoluta falta de sensibilidade e amor, seja pela terra, seja pelo semelhante, que impinge ao irmão, na ânsia de prevalecer, toda sorte de sofrimentos, autoritarismos, impiedades, maldades etc.

Foi, também, neste mesmo contexto que RISPA, nossa personagem memorável, há muitos anos atrás, lançou seu silencioso protesto.

Foram seis meses de silencioso e angustiante protesto, até que sensibilizou o afável Rei Davi.

Hoje ousamos apresentar a vocês os conflitos do coração dessa mãe, que confrontou o absurdo de um sacrifício inútil, na verdade, mera vingança, dando sentido às mortes de seus filhos.

A terra, como sempre, havia protestado, fechando a sua madre. A fome persistia já há três anos. Os gibeonitas, povo cheio de espertezas, aproveita a ocasião para se vingar da Casa de Saul, requerendo o sangue de sete dos seus filhos.

Rispa, agora absolutamente sozinha e sem forças, faz das lágrimas o seu alimento e do seu amor sua fonte de vigor. Então, em cima da penha onde foram jogados os corpos de seus filhos, faz sua torre de vigia e o palanque do seu protesto.

Sua primeira lição para nós é: NUNCA FAÇA DO SEU ÓDIO A RAZÃO PARA QUALQUER PROTESTO.

Razões não lhe faltavam para odiar o Rei, os gibeonitas, o povo na sua passividade, a própria Merabe, mãe dos outros 5 netos de Saul que sequer teve forças para se juntar a ela e, particularmente, ao próprio Deus.

Entretanto sua motivação está no seu amor, não no ódio que com razão poderia nutrir por todos.

Sua segunda grande lição, é: TORNE A SUA QUESTÃO PESSOAL ALGO DE VALOR PARA OS OUTROS.

Ninguém, como Rispa e Merabe, tinham razões para chorar a sua causa. Mas Rispa, deu uma lição em muita gente, a começar do Rei; a todos quantos lhe chamaram de louca apontou-lhes sua própria loucura, insensibilidade e falta de senso.

Finalmente, Rispa dá sua terceira grande lição: TORNANDO ÚTIL A MORTE INÚTIL DE SEUS FILHOS, DANDO SENTIDO AO ABSURDO, DANDO VALOR AO DERRAMAR DO SANGUE DE SEUS FILHOS.

Se você simplesmente protestar com base no seu ódio, se você tornar o seu protesto simplesmente uma questão pessoal e de vingança, sua dor, a morte de alguém, qualquer que seja a situação que tenha vivido, fará do seu protesto um ato vazio e despido de valor, seja para os homens, seja para Deus.

Rispa, assim como Deus, viu o absurdo ser comedido, na morte do seu filho. Mas assim como Deus, ela tornou de imenso valor aquele sacrifício.

Deus vendo os absurdos do mundo, maldade, mentiras e falta de amor, dá liberalmente o seu próprio filho, para que outros não tenham de sofrer como Rispa.

Rispa como ninguém consegue entender o coração e a dor de Deus. No seu choro vem a consoloção.

Naquela madrugada quando estudava e escrevia o final da história de Rispa, percebi que Rispa e Deus choraram juntos, ambos se consolando. Eu também chorei pelos meus pecados, pelas minhas misérias e fraquezas. Me permiti juntar-me a Rispa e a Deus. Até que percebi que a chuva agora caía sobre nós.

No caso de Rispa, literalmente, no meu caso, através das ternas consolações do Espírito Santo.

Entretanto, percebi que somente um permanecia chorando: era Deus.

Diz o profeta Isaías (53.11) que Deus “viu o fruto do seu penoso trabalho e ficou satisfeito”. Somente, quando Deus percebe que você deu sentido a morte de Seu Filho Jesus, quando injustiçado naquela cruz em razão dos nossos pecados, reconhecendo o valor daquele sacrifício por você, é que Ele pode ficar satisfeito e enxugar as suas próprias lágrimas.

O amor de Rispa nos aponta para o amor de Deus!

O sacrifício de amor de Rispa nos aponta para o maior sacrifício de amor de Jesus, que a si mesmo se entregou por nós, para que nele obtivéssemos Justiça e Perdão dos pecados. Ele deu sua vida para que nEle tivéssemos vida, perdão e paz!




Pr. Benoni

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

As talhas de pedra

A dádiva da vida

O Tanque de Betesda, benção ou maldição?